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Falta de quórum e abstenção: vereadores esclarecem sobre medalha a Gilsan

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Vários pronunciamentos hoje (29), na Câmara Municipal, foram dedicados a esclarecimentos sobre a polêmica envolvendo um Projeto de Decreto Legislativo visando homenagear ao cantor, compositor e professor Gilsan, como é conhecido em Feira de Santana e na Bahia, com a Medalha Zumbi dos Palmares. Ele pediu ao vereador Sílvio Dias (PT) a retirada do projeto, que estava na pauta do dia, insatisfeito com o adiamento da matéria – na sessão da última quinta-feira, a votação chegou a ser iniciada e o primeiro a se manifestar, o vereador Edvaldo Lima (MDB), anunciou a abstenção. A vereadora Lu de Ronny (MDB), que presidia a sessão, então, decidiu suspender o processo, alegando número insuficiente de vereadores em plenário (eram necessárias 14 presenças) e agendou o projeto para hoje.

Nesta terça, vereadores de diversas legendas lamentaram que Gilsan tenha solicitado a retirada do projeto e explicaram que não havia, na sessão da semana passada, quorum para votação. A medalha para Gilsan não foi a única prejudicada. Vários outros projetos propondo homenagens a personalidades também foram adiados pelo mesmo motivo. A própria dirigente da Casa da Cidadania, Eremita Mota (PSDB) e outros vereadores, como Jhonatas Monteiro (PSOL), Jurandy Carvalho (PL) e Pedro Cícero (Cidadania) estavam ausentes da chamada Ordem do Dia (momento da votação de projetos) por variados compromissos. Todos eles informaram hoje que votariam pela aprovação da homenagem ao músico e intelectual.

Um outro esclarecimento foi feito sobre a posição anunciada pelo vereador Edvaldo Lima (MDB), no momento em que o projeto seria votado, na quinta-feira. Ele havia dito que iria se abster, mas sua posição não prejudicaria a homenagem. A abstenção não conta como voto contrário, nem favorável à matéria. Mesmo que um vereador vote contra uma proposta, é a maioria que decide se a aprova ou não. Fernando Torres (PSD) lembrou que foi ele o autor do projeto de lei que criou a concessão da Medalha Zumbi dos Palmares, em seu primeiro mandato de vereador, em 2002. Disse que a atitude de Edvaldo Lima é normal no parlamento, onde a democracia e a livre opinião devem prevalecer, mas que não abalaria a aprovação do projeto homenageando Gilsan.

Para o petista Professor Ivamberg, toda esta celêuma é “lamentável”, mas tem seu lado positivo: despertar as pessoas sobre quem foi Zumbi dos Palmares e a importância que ele teve dentro do movimento negro, devido às suas lutas e estudos pelos ideais da população negra. Jhonatas Monteiro (PSOL), lamentou o ocorrido e leu um poema que Gilsan fez por conta da situação. Pastor Valdemir (PT) disse que, apesar de não conhecer o homenageado pessoalmente, vai procurá-lo “para conversar e aprender muito, pois é um homem com formação e bastante conhecimento”.

Petronio Lima (Republicanos), amigo pessoal do cantor, acredita que Gilsan é merecedor da Medalha Zumbi dos Palmares porque “tem representatividade na cidade não só pela música, mas por ser uma pessoa preparada, estudiosa, também ligada à educação e participante do movimento negro em todo o país”. Correia Zezito (Patriota) sugeriu uma comissão formada por integrantes da Câmara Municipal para ir ao encontro do artista e tentar convencê-lo a aceitar receber a honraria, voltada a personalidades que se destacam em lutas e temas ligados à comunidade negra. Ele próprio deverá convidar alguns colegas a compor o grupo nesta missão.